terça-feira, 31 de agosto de 2010

Disturbios alimentares

A anorexia e a bulimia estão entre as principais causas de morte de mulheres jovens em todo o mundo, e a maioria das vítimas são adolescentes em período de formação física e psicológica que colocam em risco suas vidas pelo temor obsessivo de engordar. Exemplos famosos de anorexia em jovens não faltam: recentemente ganhou destaque na imprensa aconteceu na China, onde uma estudante de 15 anos que media 1,65 m e pesava 54 kg começou uma dieta que acabou levando à sua morte, pesando menos de 30 kg.

Durante a primeira edição do reality show Big Brother Brasil, o país inteiro tomou contato com um problema que tem se tornado cada vez mais comum entre as mulheres. No programa, o público pôde ver, diariamente, os acess
os de gula e de remorso da empresária Leca.
Ainda que seu corpo estivesse magro e perfeitamente dentro dos atuais padrões de beleza, a jovem bem nascida do Big Brother literalmente purgava sua culpa por comer demais tomando laxantes, fazendo longos jejuns ou mesmo provocando vômitos. O problema de Leca é conhecido como bulimia, e pode estar associado a outro ainda mais grave, a anorexia, que ocorre quando a pessoa simplesmente pára de se alimentar, podendo vir a falecer em poucos meses (segundo a Organização Mundial da Saúde, 20% dos casos de anorexia terminam e
m morte da paciente).
A anorexia e a bulimia estão entre as principais causas de morte de mulheres jovens em todo o mundo, e a maioria das vítimas são adolescentes em período de formação física e psicológica que colocam em risco suas vidas pelo temor obsessivo de engordar. Exemplos famosos de anorexia em jovens não faltam: recentemente ganhou destaque na imprensa aconteceu na China, onde uma estudante de 15 anos que media 1,65 m e pesava 54 kg começou uma dieta que acabou levando à sua morte, pesando menos de 30 kg.
A doença não escolhe classe social e chegou a círculos privilegiados, como no caso da filha do presidente francês Jacques Chirac e da princesa Victoria, da Suécia. Entre as vítimas mais velhas, é preciso lembrar a modelo Kate Moss, que já foi hospitalizada por anorexia, e a princesa Diana, bulímica assumida. Mas, além de chegar à moda e ao poder, círculos em que a absessão com a aparência é constante, a anorexia e a bulimia têm tirado o sono de milhares de famílias anônimas em todo o mundo, que vêem suas filhas sempre às voltas com dietas e programas de beleza, e nem sempre sabem reconhecer o limite entre a preocupação com a beleza e a distorção da auto-imagem. Por isso, em geral, as famílias só detectam o problema quando a situação já é de emergência, o que traz maiores os riscos de que a doença seja fatal.
O que é a anorexia nervosa
A anorexia nervosa é um transtorno alimentar que se manifesta pela forte recusa a se manter o peso corporal em níveis mínimos de acordo com o tamanho e a idade.
Uma mulher de 1,52 m, por exemplo, deve pesar entre 43 e 50 kg, mas, em casos de anorexia, acaba pesando até menos de 29 kg, chegando perto da morte. A doente se vê gorda no espelho, mesmo estando extremamente magra, e o ato de perder peso se converte em sua principal obsessão. Ela também se sente insegura para expor o corpo e perde qualquer desejo pelo contato físico íntimo. De cada dez doentes, pelo menos duas não conseguem superar a anorexia.
Em séculos passados, a doença estava ligada a jejuns religiosos que acabavam se transformando em obsessões. Mas, no final do século 20, quando a luta pela magreza passou a ser incentivada pela mídia, a anorexia tornou-se mais comum, e passou a atingir mulheres juvens suscetíveis aos apelos da sociedade de consumo e de seus padrões (muitas vezes inatingíveis) de beleza.
Mas há como prevenir: a doença se instala de repente, mas tem uma média de 15 meses de desenvolvimento, podendo mesmo chegar a vários anos. Como se trata de um distúrbio de auto-imagem, não adianta simplesmente obrigar a paciente a se alimentar. É preciso compreender seu problema e ajudá-la e reconstruir a auto-imagem e, acima de tudo, a auto-estima.
Mas lembre-se: a ajuda profissional é INDISPENSÁVEL para o tratatamento.
O que é a bulimia nervosa
A bulimia nervosa é um transtorno alimentar que se manifesta pelo sentimento de culpa em relação à comida. Os bulímicos costumam ter grandes acessos de gula (estudos descrevem situações em que chegam a ingerir mais de 15 mil calorias em um único dia) seguidos de acessos de rejeição.
Depois de, literalmente, se entupir de comida, o doente provoca vômitos, ingere laxantes e diuréticos, faz longos jejuns e tenta gastar calorias através de exercícios físicos puxadíssimos. Em geral, quem sofre desta doença também tem dificuldade de expor o próprio corpo e de usar roupas justas.
Da mesma forma que os anoréticos, os bulímicos vêem o próprio corpo de maneira distorcida: acreditam estar muito mais gordos do que estão. Para ajudá-los, não adianta simplesmente dizer que estão bem ou recomendar dietas mais saudáveis. É preciso um tratamento médico e psicológico para recuperar o equilíbrio e auto-estima da pessoa doente, e também muita paciência para compreender sua obsessão.
Como evitar e tratar os distúrbios alimentares
"As causas psicológicas profundas da bulimia e da anorexia podem estar ligadas ao desejo de auto-destruição, que pode se manifestar de diversas formas, seja pela drogadição, pela compulsão por comer ou pela rejeição do alimento, isto é, da energia vital", explica a psicóloga Márcia Santos.
Mas, de maneira geral, os transtornos alimentares decorrem dos padrões de beleza distorcidos da sociedade ocidental. Como descreve a psiquiatra colombiana Lucrecia Ramirez, estudiosa o tema, "nossa sociedade tem uma percepção anormal sobre o ideal de beleza da mulher". Mas a psiquiatra observa que, no caso da anorexia, essa percepção anormal é criada dentro do imaginário feminino, e nada tem a ver com o que os homens gostam: "Eles preferem as curvas e tendem a ser menos exigentes com as imperfeições". O exemplo também é fundamental: além da mídia, que lucra milhões de dólares com modelos magérrimas (e nem sempre saudáveis), Lucrecia chama atenção para o fato de que, muitas vezes, as mães obcecadas por manter o peso influenciam suas filhas pequenas, que aprendem a rejeitar a comida.
Sendo assim, o tratamento dos transtornos alimentares implica uma série de questionamentos e reelaborações. O psiquiatra Gustavo Adolfo Constain explica que o tratamento é longo e exige atenção permanente: as recaídas são comuns, pois o ganho de peso, que é o objetivo imediato do tratamento, causa horror às doentes. Também é preciso alimentá-las aos poucos, já que seu corpo está desacostumado à comida. Além disso, é preciso que uma equipe multidisciplinar, formada por médicos, nutricionistas e psicólogos acompanhe a paciente, juntamente com sua família.
Como reconhecer as doenças
Na verdade, a forma mais óbiva de se reconhecer o problema é quando a paciente está abaixo do peso ideal e continua se achando gorda. Mas elas nem sempre revelam como se sentem. Então, alguns sinais podem ser observados:
Inapetência
Recusa em usar roupas que exponham o corpo
Idas freqüentes ao banheiro logo após as refeições
Compra de produtos como laxantes e diuréticos
Pouco interesse pelo contato físico e sexual
Obsessão com o peso
Busca de dietas muito radicais
Longos jejuns
Fonte: www.terra.com.br
DISTÚRBIOS ALIMENTARES
O que são distúrbios alimentares?

Os distúrbios alimentares são caracterizados por uma grave perturbação do comportamento alimentar associado a preocupações extremas com relação à forma corporal e ao peso. Entre ele podemos citar: anorexia, bulimia, transtorno do comer compulsivo.
Características psicológicas
Comportamento Alimentar: não atende a uma necessidade fisiológica de se alimentar, mas ocorre em virtude de uma sensação desagradável associada à Ansiedade ou a Depressão, e geralmente é descrito como um vazio e confundido com a sensação de fome.
Pensamento: dificuldade em reconhecer sinais de fome e saciedade, pensamentos sobre comida e aparência física são constantes e geram desprazer ou insatisfação com a auto-imagem.
Relações Sociais: sentimento de rejeição, sensação de estar sempre sendo observado pelas pessoas, grande dificuldade de comunicar sentimentos e pensamentos o que gera dificuldade em lidar com situações sociais de uma forma satisfatória, dificuldade em administrar críticas, frustrações e desapontamentos, fuga dos confrontos e auto- exposição, evitação do convívio social, vida solitária.
Histórico familiar: superproteção, rigidez de valores, grande ênfase em modelos estéticos que enfatizam a magreza como único modelo aceitável de beleza.
Causas
Não há até o momento uma única causa que possa conduzir aos distúrbios alimentares, mas sabe-se que um conjunto de fatores biológicos, familiares, psicológicos e sociais estão presentes e podem colocar um indivíduo seriamente em risco.
Dados especulativos
Tais dados são especulações precursoras dos distúrbios alimentares
·- Preocupações impostas por fatores sócio-culturais, ou seja, o ideal cultural tem-se focado num corpo magro, esguio, especialmente para as mulheres, nas sociedades ocidentais.
·- Estudo realizado na Behavioural Sciences Unit do Institute of Child Health, de Londres, muitas das bonecas que as crianças utilizam como brinquedo têm medidas corporais semelhantes a mulheres anoréxicas em fase terminal, embora estes efeitos sejam modelados pela manipulação da forma do corpo.
·- Atitude negativa face à pessoas que apresentam problemas de excesso de peso, que são muitas vezes discriminadas.
·- As dietas (cujo rigor se centra freqüentemente na diminuição de peso e na redução da quantidade de comida ingerida ao longo do dia)
Tratamento
O tratamento dos distúrbios alimentares é possível através de um acompanhamento multidisciplinar formado por atendimento psicológico, avaliação médica, em conjunto com aconselhamento nutricional e às vezes medicação. A conscientização do problema é o passo mais importante no tratamento de qualquer doença do comportamento alimentar já que, na maioria das vezes, as pessoas portadoras desses distúrbios não concordam que têm um problema e consideram que o seu comportamento é normal. Sem a sua cooperação no tratamento torna-se mais difícil alterar os hábitos comportamentais, bem como a realização de um tratamento eficaz.
Dicas aos familiares
No caso de haver razões para crer que uma pessoa próxima esteja sofrendo de um distúrbio alimentar é importante não só expressar a preocupação sentida como confrontá-la com a situação. A negação dos problemas e a tendência para o isolamento são características comuns aos indivíduos que sofrem de distúrbios alimentares. Assim, depois de confrontada, a pessoa pode demonstrar uma certa apreensão, pode optar por tomar uma posição defensiva ou mesmo furiosa, demonstrando também vergonha ou embaraço. Há ainda a possibilidade de se sentir aliviada por alguém lhe oferecer ajuda.
É necessário, neste contexto, estar preparado para mostrar as evidências observadas que levam a crer que existe um problema de ordem alimentar. É também importante reforçar a idéia de que a questão a ser abordada é devido a uma preocupação genuína com o seu bem-estar. Apesar do processo de recuperação não ser fácil, a maioria dos doentes consegue retomar o seu aspecto físico, ganhar um bom peso e adotar de novamente uma alimentação equilibrada.
A dieta prescrita por um especialista deve ser personalizada e ter em conta não só os resultados das análises, o peso e a altura, assim como o local e a companhia em que as refeições são tomadas e a pessoa responsável pela sua preparação. A ajuda de toda a família é fundamental na recuperação. Por outro lado, é necessário não esquecer a intervenção dos amigos, colegas e professores, que pelo prolongado contacto que mantêm diariamente são os primeiros a notar os sinais da doença.
Fonte: www.cienciadamente.com.br